Abril
No dia 1 de abril, dia este que tradicionalmente é apelidado de dia das mentiras, fomos confrontados com a triste realidade constante das informações que, a nível mundial, continua a aumentar a onda quer de novos infetados, quer do número de mortes, causados pela pandemia COVID 19, quando desejaríamos que essas notícias fossem uma grande mentira.
Como todos sabemos e sentimos, atravessamos uma situação que nos atemoriza principalmente porque deriva de um mortífero inimigo, invisível a olho nu, que nos infeta do modo mais insuspeito, muitas vezes através de pessoas que nem sequer imaginam que se encontram infetadas.
As autoridades de saúde, a que estão subordinadas as autoridades sanitárias, foram surpreendidas, em todo o mundo, por este surto para o qual nenhum país se encontrava preparado (e não somente Portugal, como algumas pessoas e setores não se cansam de afirmar), tendo, na medida das suas capacidades, procurado a resposta possível para conter a sua disseminação e envidado esforços para recuperar todos quantos dessem sinais de se encontrarem infetados.
Repare-se que a própria igreja católica, que no passado, aquando de qualquer tipo de pandemia, chamava os crentes para irem às igrejas rezar e promovia procissões, apelando a que toda a população se lhes juntasse, nesta situação teve um rasgo de enorme bom senso e decidiu suspender as missas, catequeses e outros atos de culto até que esteja superada a atual situação de emergência de disseminação desta pandemia COVID 19.
Salientamos que esta medida foi tomada, e bem, apesar de ter em consideração que nela está incluído o período em que se celebra a Páscoa, uma das festividades mais icónicas da Igreja. É certo que já inúmeros países, entre os quais Portugal, tinham deliberado medidas de emergência e confinamento determinando a suspensão de atividades desportivas, recreativas, de lazer e de diversão e o encerramento de estabelecimentos e espaços comerciais que estivessem abertos ao público, com exceção dos que disponibilizam bens, produtos e serviços essenciais à saúde e à alimentação.
Em resultado das regras impostas governamentalmente, quando assomamos às janelas ou à porta das nossas habitações sentimo-nos esmagados pelo que nos parece ser o denominado silêncio dos cemitérios, mas temos que assumir e aceitar, ainda que a contra gosto, de que se trata de nos encontrarmos como que com a vida suspensa…
Votos de boa saúde para todos!
João Colaço