2014

Julho


Para além da normalidade, que é a anormalidade do sufoco fiscal em que os cidadãos e as empresas têm estado submergidos, somos confrontados com notícias de “novos” casos que agravam ainda mais a situação deste nosso País, seja ao nível político seja ao nível económico.

Como certamente os Prezados Leitores, Colegas e Amigos, se recordarão temos primado por não tecer considerações de cariz partidário neste espaço dedicado aos editoriais, em que procuramos deixar expresso, mês após mês, o que pensamos das grandes questões que interferem com a nossa profissão e que tanto nos atingem a nós próprios como aos empresários a quem prestamos os nossos serviços.

Porém, a grave crise instalada no Partido Socialista, agravada pela cegueira de alguns e pela inépcia de outros, não pode ser por nós ignorada, pelas razões que iremos expor mais à frente.

Também a grave crise em que mergulhou o Grupo Espírito Santo, e que tem atingido proporções inimagináveis até há pouco tempo, não deixa de preocupar todos quantos temem pelo sistema económico/financeiro em que está alicerçada a economia deste nosso pobre País, cujas elites têm primado, e assim continuam, por demonstrar uma indigência ética e social despudorada...

Retomando a crise que avassala o Partido Socialista, não podemos deixar de manifestar a preocupação, que cremos ser extensiva à esmagadora maioria dos nossos concidadãos, de que a mesma se eternize por alguns meses, o que embora aparentemente seja benéfico para os partidos representados no governo, é extremamente negativo para a democracia pois, no nosso modesto entender, desilude e afasta uma parte substancial dos possíveis eleitores.

Permitimo-nos, ainda, o seguinte desabafo. Embora a crise política contenha laivos de uma luta fratricida, a crise despoletada pelas desavenças familiares do Grupo Espírito Santo, e que puseram a nu diversas situações que demonstram a existência de operações absolutamente impensáveis e com consequências bem desastrosas, é bem mais negativa para a imagem de Portugal no exterior.

Mas enfim, a culpa neste caso não morreu solteira. Sim, porque segundo foi referido pelo responsável máximo do banco em causa, a culpa foi do contabilista...

Prezados Colegas e Amigos, não se esqueçam de um ditado muito antigo, nas costas dos outros vemos as nossas...

João Colaço