Julho
O brutal incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, e que ocasionou uma das maiores tragédias de que temos memória, tem sido alvo de sucessivas reportagens, transmitidas por todos os órgãos de comunicação social, e que têm provocado, por sua vez, nas denominadas “redes sociais”, os mais díspares comentários, sendo que a maioria dos mesmos revela uma atroz falta de educação a todos os níveis.
Somos levados a pensar, talvez erradamente, que muitos dos comentários (posts) a que atrás nos referimos, têm por base o que é noticiado por pessoas que se intitulam, a nosso ver erradamente, como jornalistas quando não passam de meros “jornaleiros”.
De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, “jornaleiro” é um trabalhador pago ao dia (ganhão); vendedor de jornais (ardina); ou um jornalista sem merecimento (depreciativo).
De acordo com a Wikipédia, a enciclopédia livre, um repórter é um tipo de jornalista que pesquisa, escreve, e relata as informações para apresentar em fontes, conduz entrevistas, envolve-se em pesquisas, e faz relatórios. A parte de coleta de informações do trabalho de um jornalista é, às vezes, chamada de reportagem, em contraste com a parte de produção do trabalho, tais como escrever artigos.
O jornalismo desenvolveu uma variedade de padrões éticos. Enquanto a objetividade e a ausência de viés são a principal preocupação e importância, tipos mais liberais do jornalismo, tais como advocacia jornalística e ativismo, adotam intencionalmente um ponto de vista não-objetivo. Isso se tornou mais predominante com o advento das mídias sociais e blogs, bem como outras plataformas que são usadas para manipular ou influenciar opiniões e princípios sociais e políticos. Essas plataformas geralmente projetam uma polarização extrema, já que as "fontes" nem sempre são responsabilizadas ou consideradas necessárias, a fim de produzir um produto final escrito, televisionado ou outra forma.
Cremos que a leitura destas definições nos ajuda a compreender a diferença que se patenteou entre as notícias com que deparámos, em que umas procuravam, com a máxima objetividade possível, transmitir-nos a realidade e outras que forçavam a nota do horror, da desgraça e do sofrimento, e que a insistência com que sublinhavam esse tipo de atributos mais não visava que o aumento da sua própria visibilidade e do acréscimo de vendas dos seus tabloides.
Pensamos, Prezados Colegas e Amigos, que nestes “novos” tempos é cada vez mais imperioso que saibamos distinguir o trigo do joio, não só no que se refere à comunicação social como em todo o resto na vida…
João Colaço