Dezembro
Estamos a elaborar o presente editorial, no decorrer da campanha para a eleição dos membros dos órgãos sociais da Ordem dos Contabilistas Certificados, por pensarmos que este momento seria o mais apropriado para tecer algumas considerações sobre este tema, que é primordial para o futuro da profissão.
Lamentavelmente verifica-se um imenso alheamento dos Colegas, face a este momento, que deveria ser histórico, dado que é o primeiro ato eleitoral a ser levado a efeito após o falecimento de António Domingues de Azevedo (a 11 de Setembro de 2016), o qual foi o responsável pela Instituição desde 1995, situação esta que justifica, certamente, o alheamento a que nos referimos, dado que um poder exercido de um modo que podemos considerar autocrático, durante mais de vinte anos, não permitiu que surgissem eventuais novos líderes.
Assim, e face a este, pelo menos aparente, desinteresse, embora existam quatro candidaturas, atrevemo-nos a chamar a atenção para o facto de que é imperioso impulsionar o diálogo entre o máximo possível de Colegas, para que todos sintamos a urgência de intervir nestas eleições, e a necessidade de escolher quem melhor nos pode representar.
Como referimos, logo no início, a campanha eleitoral está a decorrer e somos confrontados com dois cenários totalmente díspares, num, o que se observa, é uma guerrilha sem peias, nas denominadas redes sociais, de um nível tão baixo que em nada dignifica a profissão que essas pessoas dizem defender, no outro é o manifesto desinteresse, pelo ato eleitoral, e que temos a sensação que aumenta na razão direta dos comportamentos a que atrás fizemos referência.
Muitos Colegas se manifestaram no sentido de que o que é importante é analisar e debater os programas eleitorais de cada uma das listas concorrentes mas, infelizmente, como soe dizer-se, ficaram a falar sozinhos, dando a sensação que a maioria prefere a maledicência, o diz que disse, apadrinhando assim o modo de pensar e de agir do tempo do estado novo, que governava precisamente com base nestes procedimentos.
Resta-nos a esperança (que, como diz o nosso Povo, é a última a morrer) de que uma réstia de bom senso acabe por imperar e que passe a verificar-se um amplo debate que tenha como principal mote a dignidade e a credibilidade da profissão de Contabilista!
Desejamos, pois, que seja este ato eleitoral, o primeiro de muitos outros, em que os Membros votem massivamente, de modo a que possa ser dito que a Ordem representa a vontade da esmagadora maioria dos seus Membros e não somente um reduzido número destes, o que faz toda a diferença no que concerne às relações da Ordem com o Ministério das Finanças...
João Colaço