Outubro
OS DIREITOS E OS DEVERES
Cremos não subsistirem dúvidas que não existem...
Cremos não subsistirem dúvidas que não existem direitos sem os correspondentes deveres.
O nosso desconforto prende-se, porém, com o facto de, tal como certamente a maioria dos visitantes desta nossa página, exercermos uma profissão em que nos é imposto um permanente balanceamento, em que a um débito deverá corresponder um crédito. Ora o que se passa, no que concerne aos direitos e deveres de cada um de nós, é um aumento constante do “desbalanceamento”, perdoe-se-nos o neologismo, entre estes.
Na realidade cava vez mais nos são exigidos novos deveres, e, em contrapartida, temos menos direitos. É certo que o mesmo se verifica relativamente a outras profissões e entidades, basta estarmos atentos ao que, dia a dia, nos é transmitido pelos órgãos de comunicação social, para tal verificarmos, mas, como soe dizer-se, com o mal dos outros podemos nós bem.
Como poderemos sentirmo-nos bem quando comparamos a atitude das entidades a quem cabe a vigilância pela regular actuação dos elementos que constituem o nosso tecido social e verificamos que relativamente às entidades, singulares ou colectivas, sujeitas a impostos, as mesmas são, presumivelmente, culpadas até prova em contrário, e que, relativamente a toda e qualquer outra infracção, que não seja de índole fiscal ou tributária, são, as pessoas, presumivelmente inocentes até prova em contrário?
Digam-me, os leitores, onde está, então, o balanceamento?
Quanto nos custa o exercício dos nossos direitos e quão penalizadores são os nossos deveres?
João Colaço