2006

Julho


DIZEM QUE VIVER NÃO CUSTA...
Começamos este editorial por citar um provérbio que é, certamente, por todos nós conhecido...


Começamos este editorial por citar um provérbio que é, certamente, por todos nós conhecido: “Viver não custa, o que custa é saber viver”.

Embora compreendamos não só o espírito como o alcance deste provérbio, atrevemo-nos a dizer que se existem situações, ou profissões, às quais o mesmo não é totalmente aplicável, a profissão (somos tentados a afirmar que é mais que uma profissão, é um autêntico sacerdócio) de Técnico Oficial de Contas, é, na nossa opinião, uma das que se encontram desinseridas daquele provérbio.

É que custa viver esta profissão, pois, quantas vezes, o seu custo é a própria vida daqueles que se lhe dedicam de alma e coração, assim como talvez custe, também, saber viver com ela (e dela!).

Para quem nos conhece e sabe que padecemos de um optimismo nato pode parecer que caímos na situação inversa, ou seja, que estamos mergulhados numa onda de pessimismo total.

Não. Não é esse o nosso sentimento. Cremos que a verificação da inaplicabilidade do provérbio, a que atrás fazemos referência, aos TOC, se deve ao reflexo do período extremamente cansativo que acabamos de atravessar, de Março a Junho, em que, simultaneamente com os trabalhos “normais” de planificação, organização, coordenação e execução das contabilidades, onde se incluem o envio dos mapas e declarações para a Segurança Social, IVA, IRS, IRC e IS, nos vimos confrontados com as exigências da determinação do imposto sobre o rendimento a pagar ou a recuperar, elaboração e envio das declarações modelo 22 e anual, elaboração do processo de documentação fiscal, apoio aos clientes – ou empregadores, no caso de trabalhadores por conta de outrem – na elaboração dos documentos de prestação de contas assim como nas assembleias gerais que os aprovaram. 

Toda esta actividade, levada a cabo sob a pressão inexorável do cumprimento dos respectivos prazos, deixou-nos, assim como muitos e muitos dos nossos Prezados Leitores, completamente arrasados e sequiosos de um período de descanso, que permita recarregar as “baterias”, para que todos nós possamos regressar, com energias redobradas, aos inúmeros afazeres profissionais.

Pois é, Prezados Amigos, e voltando de novo ao provérbio com que iniciamos o presente editorial, talvez sejamos obrigados a rever a nossa afirmação de que custa viver a nossa profissão.

Na realidade, e se meditarmos um pouco sobre este assunto, acabamos por chegar à conclusão de que viver esta profissão não custa. O que custa é saber viver com ela!... 

Afinal, e apesar de inúmeras vezes pretendermos contrariar o que neles é expressado, os provérbios sempre têm a sua razão...

João Colaço