2006

Dezembro


PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE
Deixem que confessemos... que sentimos dentro de nós uma grande incomodidade...


Deixem que confessemos, Prezados Leitores e Caros Colegas, que sentimos dentro de nós uma grande incomodidade face à rapidez com que o tempo decorre e ao nível cada vez mais avassalador das alterações que a todo o momento são introduzidas na mais dispersa legislação, que a todos diz respeito e que não podemos de modo algum ignorar.

Quando dizemos que nos sentimos incomodados por verificarmos que o tempo voa e que as horas de lazer são cada vez mais escassas, não fazemos mais, pensamos nós, do que constatar a frieza dos factos. Quem, dos prezados Amigos (as), não sente que o mês de Dezembro do ano transacto ainda foi ontem que decorreu, e já estamos no mês de Dezembro deste ano?

Por outro lado, quando referimos o ritmo frenético e a quantidade, quase nos apetece dizer “louca”, de alterações à legislação, não podemos deixar de reconhecer, com profunda tristeza e mal estar, que é devido a essas alterações constantes que mal nos apercebemos de que o tempo vai “voando”, e, para além disso, o receio, que muitas vezes nos tolhe o raciocínio, de deixarmos passar em claro alguma alteração cujas consequências são de todo imprevisíveis.

Como desejaríamos todos nós, neste mês em que é prometida a Paz aos Homens de boa vontade, termos direito a essa Paz, pois de boa vontade não há quem não esteja pleno. Que mais podemos fazer senão continuar a transportar a nossa cruz, ou seja a cumprirmos com os cada vez mais numerosos deveres sem que nos sejam outorgados novos direitos?

Os Leitores, Colegas e Amigos, que nos perdoem por, numa época que se pretende festiva e dedicada à família, virmos com esta conversa, que, se fosse da “treta”, seria certamente mais bem humorada e cheia de trocadilhos e subentendidos, mas é, infelizmente, muito mais séria do que a que todos nós pretenderíamos.

Estamos conscientes que no decorrer deste mês, para além das tarefas correntes, as quais, por si só, já muito pouco tempo livre nos deixam, teremos também de nos debruçar sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2007, não podendo unicamente estudar as alterações aos articulados dos diversos Códigos, e que são em grande número, como também deveremos dirigir a nossa atenção para o teor das autorizações legislativas, que ao serem traduzidas em letra de lei terão enorme impacto, dada a importância das mesmas.

Ainda assim, por reconhecer quão briosamente os prezados Leitores continuam a cumprir as obrigações que esta malfadada profissão nos impõe, não podemos deixar de vos desejar, a cada um em particular e a todos em especial, um Feliz Natal, um Próspero Ano de 2007 e, acima de tudo, Paz na Terra, para todos Vós, Mulheres e Homens de Boa Vontade!

João Colaço