Agosto
A CEGUEIRA DA NATUREZA E A NATUREZA DA CEGUEIRA
Eis que chegou o mês de Agosto, o mês talvez mais...
Eis que chegou o mês de Agosto, o mês talvez mais desejado por todos nós, pelas perspectivas que lhe estão normalmente associadas de uma certa descompressão, da hipótese de podermos gozar alguns dias de descanso e, para aqueles que devido a compromissos profissionais o não conseguem, terem, pelo menos, um mês em que não são assediados de manhã à noite por telefonemas de clientes, de fornecedores assim como de outras pessoas, e usufruírem de uma maior fluidez do trânsito quer na cidades como nos seus acessos.
Este mês de Agosto surge-nos, pois, com a ilusão, ou miragem, de um mês de descanso. Porém, como tudo na vida, existe o verso e o reverso. Às, aparentemente, coisas boas que estão associadas a este mês, contrapõem-se os fogos, que devastam o País, a seca que nos transmite uma tremenda insegurança quanto ao nosso futuro colectivo, e as notificações de que os TOC têm sido alvo, por parte da Administração Tributária, tal como diz a anedota, só por duas razões. Isto é, por tudo e por nada!
Como podemos nós, na realidade, pensar em usufruir de alguma paz de espírito neste mês, que deveria ser de repouso, quando somos “atacados” não só pelos cegos percalços da Natureza como pela natureza de alguns actos arbitrários que são cegos quanto aos destinatários?
Pobres de nós, que não sendo capazes de dominar a cega natureza de actos burocráticos que atacam indiscriminadamente culpados e inocentes, justos e pecadores, cumpridores e relapsos, teimamos em querer dominar a Natureza, a qual, talvez por não ser cega, se vinga, cada vez com maior violência, dos atropelos e crimes que os homens contra ela cometem.
Apesar de tudo continuamos esperançados em que o bom senso venha, um dia, a prevalecer e que consigamos descobrir e tratar da natureza da cegueira, tão comum nos políticos que a nível mundial nos (des)governam, para que não venhamos a sofrer ainda mais com a cegueira da Natureza!
Desejamos, muito sinceramente, que tenham um descanso que descansadamente os deixem descansar, mas cuidado, que muito descanso também cansa!
João Colaço