Março
TEMPOS PRIMAVERIS?
E, entrados no mês de Março, mês em que acontece a transição entre...
E, entrados no mês de Março, mês em que acontece a transição entre o Inverno e a Primavera, logo se nos apresenta a dúvida se na realidade vamos ter um tempo primaveril ou se vamos ser confrontados com climas completamente diversos do que esperávamos.
É certo que, como diz um conhecido anúncio publicitário, e citamos de memória, pelo que provavelmente não será bem esta a frase, mas será, certamente, muito similar: “a tradição já não é o que era”. Também no que se refere não só ao clima como às relações entre as pessoas, sejam elas desconhecidas ou façam parte do mesmo agregado, o que antes era dado como adquirido hoje não o é.
Quanto ao clima, as estações andam todas “embrulhadas” e isso sucede não por culpa da Natureza, que tem os seus ciclos próprios, mas sim da intervenção humana, fruto da ganância de alguns, da insensibilidade de outros, da ignorância de muitos e do comodismo da maior parte das pessoas.
No que se refere às relações pessoais, a própria evolução (será que se trata mesmo de evolução?) da maneira de viver, com o stress daí decorrente, a televisão, a fuga para a periferia, a insegurança quer relativa a pessoas e bens, que provoca a procura de condomínios fechados, quer quanto ao emprego, que nos obriga a andar, como soe dizer-se, com o coração nas mãos, todas estas e muitas outras situações levam a que as pessoas andem de costas viradas, de uns para os outros, e que o convívio entre familiares e amigos praticamente tenha desaparecido.
Por último, e é com tristeza que o constatamos, também nas relações entre profissionais do mesmo ofício, no caso os Técnicos Oficiais de Contas, já se verificaram melhores dias, pois, como certamente muitos leitores ainda se recordarão, existia não só prazer em ajudar os colegas como espírito de classe solidário. Hoje somos confrontados com invisíveis paredes de egoísmo, egocentrismo e inveja, quando não se verificam, mesmo, atitudes de má fé e concorrência desleal.
Será que a primavera, que aí vem (virá?), trará novos ares, não só de ordem climática como de índole pessoal? Bem o desejamos, para sairmos deste atoleiro de descrença no futuro da humanidade.
João Colaço