2015

Setembro


Não podemos desistir

Ouvimos, no decorrer de inúmeras conversas, muitas pessoas afirmarem que estão desgostosas com a contínua diminuição da sua qualidade de vida e que as perspectivas de futuro não são mais risonhas, porém, quando confrontadas com a hipótese de possíveis alterações derivadas de eleições, logo afirmam que não vale a pena votar pois tudo continuará na mesma vil tristeza.


Ora, face a estes desabafos, permitimo-nos tecer algumas considerações com o intuito de demonstrar o porquê de não podermos desistir de tentar modificar este estado de coisas.

Começamos por recordar que se aproxima, a passos largos, a data de realização das eleições legislativas (4 de Outubro), pelo que somos já insistentemente assediados com pura e dura campanha eleitoral, em que infelizmente, e como é habitual, não são assumidas, com a humildade que se requereria, as consequências do brutal assalto fiscal a que o nosso povo esteve sujeito nestes “loooongos” 4 anos.

Aproveitamos para recordar que, no nosso editorial relativo a Abril de 2011, fizemos a seguinte afirmação: “Pensamos, muito sinceramente, que estes políticos não merecem o povo que o nosso país tem, capaz dos maiores sacrifícios e da maior generosidade, e que esquece com muita (demasiada...) rapidez e facilidade os desmandos de que é vítima!”

Além do mais não podemos de modo algum olvidar que graças à subserviência que os governantes (???) deste nosso País têm assumido perante os países do norte da Europa, deixámos de ter voz activa na condução dos nossos destinos e estamos condenados a pôr em prática os ditames que esses governos nos impõem, governos esses que, ao fim e ao cabo, são os verdadeiros beneficiários das políticas que nos ditam.

Estamos crentes que nenhum de nós se sentirá confortável nesta situação, em que sentimos os braços amarrados e sem voz activa para decidir o futuro do País, nomeadamente em termos económicos, laborais, ou mesmo profissionais, pois tal não nos é permitido pelos que presidem aos destinos da União Europeia e que para tal não foram eleitos...

Repare-se, aliás, como é interessante, para não dizer desgostoso, verificar que as preocupações maiores, dos burocratas de Bruxelas, consistem não na resolução das enormes assimetrias existentes entre as economias mais desenvolvidas da Europa e as dos países periféricos, onde Portugal se encontra inserido, mas sim na regulamentação minuciosa de todas as actividades, caindo, inclusivamente, no ridículo de normalizarem a nível europeu o tamanho dos preservativos!

Os Colegas que tiverem tempo e disposição para ler estas desconchavadas palavras poderão, eventualmente, questionar o que pode ser feito para tentar alterar este estado de coisas. A única resposta que podemos dar é a afirmação que serve de epígrafe a este editorial. Não podemos desistir!

João Colaço