2013

Maio


O mês do calvário...


O mês de Maio provoca-nos, a todos nós, uma tremenda dor de cabeça dado que, paradoxalmente, os seus dias passam a correr, velozmente, mas também aparenta nunca mais chegar ao fim, tudo isto devido ao impreterível cumprimento das obrigações contabilísticas, fiscais e parafiscais dos nossos clientes, ou “patrões”, a que estamos obrigados a levar a efeito, com especial incidência neste, mês devido ao exercício da nossa actividade.

As dores de cabeça a que acima nos referimos são a face visível do stress causadas não só pelo enorme aumento de obrigações como pelas constantes alterações dos Códigos fiscais e tributários, levadas a efeito pela Administração Fiscal, num afã sem peias de aumentar as receitas, sem cuidar das terríveis consequências daí advenientes.

Note-se que o próprio ministro da economia, na entrevista que concedeu à TSF e ao DN, no último fim de semana de Abril, manifestou que as constantes alterações fiscais, assim como o atraso na aplicação da justiça, são os principais constrangimentos à competitividade e que afugentam os investidores, nacionais ou estrangeiros, ou seja, que são fundamentais, para o relançamento da economia, a estabilidade fiscal e legislativa e um célere funcionamento da justiça.

Será que, por exemplo, o ministro das finanças não se apercebe das consequências desastrosas da autêntica “diarreia” legislativa de índole tributária com que somos submersos, não raro, por diversas vezes no mesmo ano?

É, também, neste mês, que somos confrontados com a esmagadora maioria dos nossos clientes a clamarem, e reclamarem, pelo facto dos proveitos obtidos no exercício das respectivas actividades não serem suficientes para contrabalançar os gastos suportados, devido à profunda recessão que o país atravessa, e, apesar dos prejuízos verificados, terem que pagar imposto devido a tributações autónomas verdadeiramente desmesuradas.

Como a nossa experiência de vida nos tem ensinado, nestas situações não é a mensagem que é atacada e condenada mas sim o mensageiro...

Esta última, para além das anteriores, e de muitas outras causas, levam-nos a interiorizar que este mês de Maio, que durante muitos anos viemos a associar como o mês do coração, é, na realidade, para nós, que dedicamos a nossa vida a esta profissão tão ingrata, o mês do calvário... 

João Colaço