Dezembro
Para melhor está bem, está bem...
Ao iniciarmos o mês de Dezembro somos confrontados com o facto de não podermos deixar de fazer como que um balanço do que sucedeu durante o ano que está prestes a findar, assim como tecer algumas considerações acerca do que é suposto vir a acontecer no decorrer do ano que se aproxima.
Ora este exercício, de escrevinhar sobre os assuntos que se enquadram nos parâmetros acima referidos, face ao ocorrido durante o ano de 2012 e o que se perspectiva para 2013, é bastante doloroso e deixa-nos acabrunhados, pois os cenários que temos vindo a teorizar e a descrever nos editoriais que mensalmente aqui deixamos expressos, têm-se concretizado para mal de todos nós...
Reparem que, tanto nós próprios, como os Prezados Leitores, Colegas e Amigos que tenham a pachorra de ler estes desconchavados escritos, não temos o mínimo prazer ao verificarmos que a realidade está a corresponder aos vaticínios que surgiam após cada novo pacote de austeridade e de aumento de impostos.
Pelo contrário, o coração aperta-se-nos, dado que poucas outras profissões sentem, como nós, a aflição com que a grande maioria dos empresários se debate ao pressentirem que as suas empresas, algumas com décadas de existência, estão em risco de deixarem de poder cumprir com as suas obrigações, quer para com os trabalhadores, quer com os fornecedores, quer ainda com o Estado.
Com o sucessivo agravamento desta crise, somos também extremamente penalizados pois para além de muitos clientes encerrarem a actividade, outros vão continuando a lutar pela sobrevivência mas atrasam o pagamento dos nossos serviços, o que nos coloca perante o dilema de os deixar soçobrar ou, na tentativa de os ajudar, vamos criando uma situação que para nós se pode tornar insustentável.
Estes nossos desabafos são demonstrativos, segundo cremos, do nosso espírito, muito pouco natalício e festivo, ao invés daquele com que normalmente se encerrava o ano e se olhava para o futuro com uma esperança renovada.
Apesar de tudo, Prezados Leitores, Colegas e Amigos, pensamos que se já conseguimos terminar este ano de 2012, com a determinação e a coragem que temos demonstrado, então esperemos que a situação evolua em 2013, como diz o poeta, para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim...
João Colaço