2012

Julho


Basta de fanatismo!


Por pensarmos que o fanatismo tem sido, desde sempre, um dos maiores males com que a humanidade se tem confrontado, não podemos deixar de manifestar a revolta e a incompreensão por a actual equipa governamental estar imbuída de uma ortodoxia fanática tão cega que não consegue minimamente aperceber-se do terrível descalabro em que está a mergulhar todo o nosso País.

Repare-se que ao dizermos que os ministros não conseguem aperceber-se das consequências, para o nosso Povo, decorrentes da aplicação das medidas preconizadas por pessoas que desconhecem em absoluto a nossa realidade, estamos implicitamente a assumir a sua falta de discernimento, porque se os ministros continuarem a insistir nelas, e mesmo a admitir que irão agravar algumas das medidas, que têm originado tão maus resultados, então teremos que assumir que se trata já de uma actuação que quase pode ser intitulada de criminosa, dado que é conscientemente que estão a agravar o sofrimento e a miséria de centenas e centenas de milhar de pessoas mais carenciadas.

O fanatismo destas pessoas é, porém, tão acirrado que não vê por onde vai, só sabe que tem que ir pelo caminho que leva à destruição de todos e quaisquer direitos dos cidadãos, ao empobrecimento das populações, à redução do custo do trabalho, através de medidas que, inevitavelmente, são inimigas da economia, pois quanto menos rendimentos as pessoas tiverem disponíveis menos consumo haverá, com a consequente diminuição das actividades comerciais e industriais e correspondente diminuição de receitas fiscais.

O que acabamos de referir tem sido glosado abundantemente em todos os órgãos de comunicação social, e afirmado urbi et orbi por pessoas da maior craveira de todos os quadrantes políticos, e começa já a ser o tema central das propostas dos governos dos países que constituem a União Europeia, com as reticências e oposição da chanceler alemã e do nosso Primeiro Ministro, ou seja, os fanáticos do costume...

No entanto, a manter-se a actual política, e quem duvida de que ela não vai ser mantida e mesmo reforçada com novas medidas de austeridade e aumento de impostos é, certamente, ingénuo, o resultado final é que poderá já não ser necessária a existência de um governo, mas sim de um coveiro mor, pois o País já estará moribundo, pelo que os ministros face a um previsível “desemprego” terão a risonha oportunidade de emigrar...

Para evitar que tal suceda só vemos uma alternativa. É que o nosso Primeiro Ministro, os ministros e os seus ajudantes, como Cavaco Silva chamava aos secretários de Estado, deixem de ser os talibãs do neo liberalismo sem regras que têm incutido à sua (des)governação...

João Colaço