2009

Abril


Como irá ser o final de 2009?
Tenhamos a força moral, física e profissional para continuarmos o combate que estamos a travar...


Como era previsível as receitas fiscais decresceram, em termos homólogos, quando comparadas com as dos respectivos meses do ano de 2008, mais acentuadamente em Janeiro do que em Fevereiro, situação esta que, infelizmente, veio corroborar o que deixamos escrito nos últimos editoriais.

Mas tão ou mais grave do que este decréscimo das receitas fiscais é o facto de os agentes políticos se digladiarem cada vez com maior agressividade, não tendo em linha de conta que o momento é de grave crise e que deveriam ser procurados consensos em lugar de se aprofundarem as quezílias.

Pensamos que os Prezados Leitores, Colegas e Amigos compreenderão este nosso desabafo, pois embora todos saibamos que vamos entrar num período de extensas lutas políticas, devido aos diversos actos eleitorais – para o Parlamento Europeu, Autárquicas e Legislativas – que se aproximam rapidamente, essas lutas não deviam, no nosso modesto entender, inviabilizar qualquer tipo de acordo que minimamente transmitisse para o exterior, ou seja, para todos nós, que acima das lutas partidárias está o País.

Mas somos levados ainda a acrescentar que um mal nunca vem só. Vejamos alguns casos que em muito contribuem para o cepticismo com que o povo encara o futuro próximo.

O País é agora confrontado com suspeitas de corrupção ao mais alto nível, suspeitas estas que, segundo noticiam os órgãos de comunicação social, foram transmitidas ao Ministério Público há largos anos e que só vêm, agora, a público, em ano de eleições. Que conclusão podemos retirar deste facto que não seja a que a justiça é (mal) utilizada por pessoas que não têm pejo em dela se servirem para atingirem os fins a que se propuseram?

Os níveis de insegurança aumentaram no decorrer de 2008, também segundo os órgãos de comunicação social, e decorrido o primeiro trimestre deste ano não há sinais de que os mesmos estejam a diminuir.

As estimativas para o desemprego, no final do corrente ano, são extremamente pessimistas, assim como são pessimistas as previsões quanto ao endividamento externo, com o volume das exportações a declinar devido ao facto de os nossos principais mercados se encontrarem, eles também, mergulhados nesta crise global que afecta transversalmente a economia mundial.

E poderíamos continuar a desbobinar outras “desgraças”, mas cremos que as que deixamos mencionadas já são, só por si, mais do que suficientes para nos deixarem, a todos nós, uma sensação de grande incomodidade.

Face ao que deixamos exposto perguntarão os Prezados Leitores, Colegas e Amigos: - Estamos, então, condenados à vil mediocridade?

Não, não o cremos, pois, como temos vindo a referir em editoriais anteriores, o País contém em si potencialidades que ressurgem nos momentos mais críticos e nos levam a ultrapassar, ainda que com grandes sacrifícios, crises e convulsões que levariam outros povos a soçobrar mas não a nossa indómita raça lusitana.

É para essa luta que todos nós, Prezados Colegas e Amigos, estamos convocados, e teremos a incumbência de levar connosco os empresários, os seus colaboradores, familiares e, será assim todo o nosso Povo a reagir e a vencer a besta do desânimo.

Tenhamos a força moral, física e profissional para continuarmos o combate que estamos a travar, pois estamos certos que a crise será por todos nós vencida e que no final de 2009 será recordada como mais um feito de que nos poderemos orgulhar.

João Colaço