2009

Junho


PROFISSIONAIS A 1.000%
os nossos entes queridos nos acusam de estarmos viciados nesta profissão, pois, apesar de não sermos minimamente recompensados...


No final deste mês já estará decorrido metade do ano de 2009. Estamos crentes que os Prezados Leitores, Colegas e Amigos, partilham connosco a sensação de que o tempo corre, a cada ano que passa, muito mais velozmente do que nos anos antecedentes.

De facto parece que foi ontem mesmo que o ano se iniciou e, mal nos precavemos, já estamos a terminar o primeiro semestre, iniciando-se assim a caminhada para a parte final.

Certamente que muitos de nós pensaremos que também se aproxima o período de férias, o qual, se o conseguirmos utilizar, permitirá retemperar um pouco as forças para podermos fazer face aos trabalhos (acrescidos) que nos esperam nesta recta final do ano de 2009.

Quando falamos de trabalhos acrescidos é que não podemos olvidar que teremos de nos debruçar não só sobre a legislação contabilística como fiscal decorrente da próxima publicação do novo Sistema de Normalização Contabilístico (SNC), como também da mais diversa legislação que irá ser promulgada e publicada nos meses que se aproximam, pois certamente que o Governo vai tentar pôr em forma de lei todas as alterações que se propôs introduzir para completa implementação do Simplex, ainda no decorrer desta legislatura que se encontra, como todos sabemos, na sua parte final.

Obviamente que teremos que corresponder a este acréscimo de trabalho, sem prejuízo de continuarmos a desenvolver a nossa “actividade normal”, ainda com mais empenho, pois não podemos correr o risco de sermos ultrapassados pela legislação que brota em catadupa da nascente dos legisladores.

Reparem os Prezados Leitores, Colegas e Amigos, que quando nos referimos à nossa actividade normal, colocámo-la entre aspas, com o intuito confesso de chamar a atenção para o facto de que esta é de tal modo abrangente e diversificada que nos consome não só todo o tempo como todas as energias e atenção, para além de, insidiosamente, nos ocupar o cérebro até quando estamos com a família ou com os amigos.

Aliás este nosso pensamento é partilhado por todos os Colegas com que temos tido a possibilidade de trocar ideias, sendo unânime o desabafo de que os nossos entes queridos nos acusam de estarmos viciados nesta profissão, pois, apesar de não sermos minimamente recompensados, dela não desistimos e, pelo contrário, cada vez mais nela nos encontramos imersos.

É atendendo a esta situação que escolhemos, para título deste Editorial, a expressão “Profissionais a 1.000%”, pois ninguém, que conheça minimamente a nossa actividade, deixa de reconhecer a sua extraordinária complexidade e o espírito de missão que a mesma envolve. Podemos, ainda, referir que não conhecemos Colega algum que assim não proceda, embora certamente exista uma escassíssima minoria que, consciente ou inconscientemente não cumpre quer com o acompanhamento permanente da diversa legislação que vai sendo amiúde publicada, quer com os preceitos éticos e deontológicos que são o apanágio da quase totalidade dos Colegas.

Acreditamos que esse pequeno número de incumpridores irá sendo expurgado da profissão, pela ordem natural das coisas, quer devido a uma mais eficaz fiscalização e acompanhamento por parte da Administração Fiscal e dos Serviços da Segurança Social, como a uma maior atenção e cuidado por parte das entidades a quem prestam os seus (maus) serviços, o que permitirá, pensamos que de modo definitivo, que seja separado o trigo do joio.

João Colaço