Outubro
UM OUTONO AINDA INCERTO
...aguardarmos que decorra algum tempo para... opinarmos sobre possíveis situações que potencialmente poderão ter, ou não, profundas implicações...
É muito usual ouvir-se a afirmação que “O futuro a Deus pertence”. Outra afirmação que é comum é que “O destino somos nós que o traçamos através da atitudes que vamos tomando durante a nossa vida”. E, à laia de conclusão destas divagações, há que lembrar uma velha máxima popular –“O homem põe e Deus dispõe”.
Todo este arrazoado tem a ver com o que entendemos que deve ser a nossa filosofia de vida. Baseamo-la nos princípios que nortearam a Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Se formos livres e lutarmos para que todos os outros sejam livres como nós e se conseguirmos que todos sejamos iguais, sem qualquer destrinça motivada pela raça ou cor da pele, religião ou sexo, certamente que será muito mais fácil sermos fraternos e solidários.
Quase nos apetece incluir, também, nos motivos que podem causar clivagens na humanidade, o tipo de profissão que exercemos, pois, queiramos ou não, ainda subsiste a estratificação por classes sociais, o que nos impede de sermos iguais ou, como humoristicamente é dito, há uns mais iguais que outros.
Mas, quando menos se espera, sucede algo que nos transfigura e nos faz acreditar na humanidade. Temos que confessar que foi com enorme satisfação que fizemos parte de um encontro, o 4.º, de TOCS e TOCAS, conhecidos como Roncantes e Parolos (aconselhamos os Prezados Leitores a consultarem http://toc.informe.com), que decorreu no passado dia 22 de Setembro, em Coimbra. Foram horas inolvidáveis de são convívio e de solidariedade fraterna, que nos encheram de saudável alegria. Um Bem Haja, enorme, não só para os organizadores como para todos os participantes, com excepção da nossa pessoa, que, como mero convidado, teve porém o privilégio de com todos conviver.
Certamente os Prezados Leitores estranharão o facto de ainda não termos falado na profissão, apesar de correrem por aí os mais desencontrados boatos acerca do futuro próximo, boatos estes que têm por base uma Comunicação da Comissão das Comunidades Europeias, a qual pode ser lida e consultada nesta nossa página, na secção de “Informação”.
Conforme verificarão trata-se de uma proposta sobre a possibilidade de os Estados Membros adoptarem uma simplificação do direito das sociedades, assim como a simplificação nas áreas da contabilidade e da auditoria para as PME, no sentido de, através da diminuição dos custos suportados pelas pequenas entidades naquelas áreas, estas se tornarem mais competitivas.
No entanto, e como muito bem referiu o Dr. Carlos Tavares, que interveio a título pessoal e não como presidente da CMVM, no colóquio que se efectuou no passado dia 27 de Setembro, por iniciativa da Comissão de Orçamento e Finanças, da Assembleia da República, em que foi oradora a Dra. Teresa Terminassian, Directora dos assuntos fiscais do FMI, são mais relevantes para esta pequenas entidades os custos de consultoria fiscal, devido às constantes alterações da legislação, note-se que há mais de uma dezena e meia de anos não existe um só ano que os códigos fiscais não tenham sido alterados, do que os custos incorridos com a execução da contabilidade.
Pensamos que será, talvez, mais sensato aguardarmos que decorra algum tempo para podermos, com melhor conhecimento de causa, isto é, atendendo à evolução dos acontecimentos, opinarmos sobre possíveis situações que potencialmente poderão ter, ou não, profundas implicações no modo como temos vindo a desempenhar as nossas funções.
João Colaço