Agosto
AGOSTO: O MÊS DE TODAS AS CANÍCULAS?
...dos TOC que correm, de Herodes para Pilatos, para tentar descobrir o que nem os serviços...
O mês de Julho já se esvaiu e entramos no mês de Agosto pois o tempo, no seu contínuo fluir para um devir ignoto e de todo imprevisível no que concerne ao futuro da humanidade, decorre cada vez mais velozmente conforme nos vamos apercebendo através do nosso próprio envelhecimento.
Reconhecemos que é com um misto de satisfação e de resignação que saudamos cada novo mês que chega. Satisfação porque cada mês decorrido serviu para adquirirmos mais algum saber e experiência, que são talvez dos bens mais preciosos que podemos almejar. Quanto à resignação, pensamos que os nossos Prezados Leitores e Amigos a compreenderão tão bem como nós próprios, pois não podendo lutar contra o inevitável há que sabermos aceitá-lo e procurar, com a humildade possível, transmitir a todos quantos o desejem os parcos conhecimentos que fomos acumulando durante a nossa vida e que se forem partilhados poderão, eventualmente, serem de alguma utilidade para quem os receba.
Mas ponhamos para detrás das costas toda esta nostalgia e olhemos o presente período com outros olhos. Agosto é o mês que parece ser o mais desejado pela esmagadora maioria das pessoas, pelo menos no Velho Continente, a Europa das pátrias que está em vias de se tornar a pátria de Europa, dado que para essa maioria de pessoas este mês é sinónimo de férias, ansiosamente aguardadas.
Também em Portugal este é o mês das férias, por excelência, dado que é o mês em que os estudantes, de qualquer grau de ensino, podem dedicar à família e aos amigos. Por sua vez os familiares escolhem este mês para poderem gozar não só do descanso como da presença efectiva, e afectiva, daqueles. Mas é, também, nesta nossa latitude, o mês de todas as canículas, em que as pessoas, quais formigueiros, se deslocam em multidões, procurando os locais que lhes parecem mais aprazíveis.
Para todos quantos labutam na nossa profissão este é o mês em que, aparentemente, existem menos obrigações contabilísticas e fiscais a serem cumpridas, independentemente, como é óbvio, das tarefas correntes, e como também os utilizadores dos nossos serviços se encontram, em princípio, de férias, a nossa presença não é tão requerida.
Gozemos, então, estes momentos, que sendo tão parcos, se tornam ainda mais desejados, pondo de lado, pelo menos durante alguns dias, os códigos fiscais, as alterações aos mesmos que vieram alterar o que já tinha sido alterado e que, tão certo como a morte e os impostos, vão ser alvo de novas alterações, o que deixa qualquer pessoa de bom senso completamente alterada.
Deixemos, também, de lado as inomináveis notificações da administração fiscal que, para mal dos pecados de quem é notificado, e dos TOC que correm, de Herodes para Pilatos, para tentar descobrir o que nem os serviços da administração fiscal muitas vezes conseguem descortinar...
Desejamos aos Prezados Leitores e Amigos, apesar da canícula, um período de descanso o mais retemperador possível, enquanto tentamos desenvencilharmo-nos da multidão que nos rodeia, para ver se conseguimos mergulhar nas águas do Atlântico, no intuito de refrescarmos as nossas ideias.
João Colaço